quinta-feira, 18 de novembro de 2010

18 de novembro de 1989...


18 de novembro de 1989...


Data que ficara pra sempre na minha lembrança, mesmo não se lembrando de nada.

18 de novembro de 1989 era um dia de sol e eu completava três meses de vida... Na minha casa tudo sempre foi motivo de muita festa e minha avó fazia questão de comemorar. Ela queria fazer um almoço e pediu a meu Pai para fazer algumas coisas na rua. Entre a lista de compra tinha: (Leite, fralda, mistura para o almoço, alguns produtos de limpeza e algumas coisas mais de utilidades domésticas).  Havia também todos os filmes de fotos para revelar. Eram mais de seis filmes com fotos minhas, do meu nascimento, algumas fotos da minha mãe grávida e etc.

Meu Pai fez tudo que tinha pra fazer, alias quase tudo... Foi ao mercado, passou na farmácia, foi ao açougue, passou no posto de gasolina para abastecer o carro e ainda precisava deixar os filmes para revelar, mas não deu tempo.

Ele foi baleado no próprio posto de gasolina quando deu partida do carro. Além de ser baleado roubaram o carro e obvio todos os pertences que tinha dentro, inclusive os tais filmes que eram para serem revelados.

Um choque total. Entre os sete filhos o único homem, o orgulho da minha avó, o queridinho dos tios e tias, o primo bacana, quando criança era o menino dedicado, fazia favores para todos os vizinhos, começou a trabalhar desde cedo, sempre ia entregar as encomendas que minha avó fazia, o camarada do bairro, o garoto paquerado, o marido perfeito...

São essas as lembranças que tenho dele, na verdade acredito que me lembro desses fatos porque todos sempre me diziam isso e também pelas fotografias que minha avó fazia gosto em mostrar. Infelizmente eu não tenho nenhuma foto com ele, pois não deu tempo de serem reveladas. Carrego comigo a lembrança de algo que não vivi, mas sei lá... Posso sentir.

Minha avó sempre me dizia que Deus havia levado um pedaço dela quando meu pai faleceu, porém havia dado um pedaço e meio de volta com cada gesto meu, com cada sorriso, com cada choro, com cada palavra minha...

Meu Pai faleceu tinha apenas 18 anos, estava na flor da idade, ele estava muito feliz com minha mãe, com meu nascimento e o que tirou ele desse mundo foi à inveja, a cobiça o ciúme... E tem uma frase do Allan Kardec do livro dos Médiuns que diz: os mais perigosos não são os que o atacam abertamente, mas os que agem nas sombras; estes, o acariciam com uma mão e o difamam com a outra.” Covardia!!! Palavra ideal para o momento e é com essa frase que eu defino a partida dele.

Gilberto e Mayara

Hoje faz 21 anos que ele não está mais presente entre nós. Queria só deixar registrado aqui um pouquinho da minha história, e de alguma forma poder expressar os meus sentimentos e a minha homenagem a ele.

Que Deus o tenha aonde quer que ele esteja!

3 comentários:

  1. Eu na posição de sua "best" sinto na obrigação de fazer um comentário!Mais dizer o que diante desta tragica historia real? Estou c/ o coração apertado c/ os olhos cheios de lagrimas e gostaria de saber expressar a ti o sentimento que está neste momento em meu peito, porem ñ encontro palavras para poder me expressar! Só quero que sabia que mesmo muito longe, vc pode contar comifo sempre, pois estarei aqui! Um grande beijo em seu coração te amo muito e desculpe se ñ conseguir me expressar direito está historia me pegou de jeito!

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  2. Talvez a palavra Obrigada seria pouco nesse momento!!

    Bjokas Jana ♥

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  3. Nossa May, não sabia de verdade dessa história ! Te desejo toda a força do mundo, estou meio em choque, mas espero que seja forte nesse momento e que pode sempre contar comigo..
    de todo meu apoio !
    beijo te amo

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